O aparelho, chamado Da Vinci, foi utilizado em duas cirurgias de
próstata desde que entrou em operação. O robô tem formato de uma espécie
de polvo, com quatro braços. Um deles é ocupado por uma câmera que gera
imagens 3D, enquanto os outros ficam com instrumentos cirúrgicos como
pinças, tesouras e bisturi.
Reprodução |
Simulação no uso do robô Da Vinci; Por meio de dedais, médico controla braços do equipamento, que responde aos movimentos |
"É o próprio cirurgião quem opera. O robô não faz nada, a não ser que o
médico mande. Se ficou bom [o resultado da operação], se ficou ruim,
tudo foi o cirurgião que fez", afirma Riad Younes, diretor clínico do
hospital.
Durante a operação, o médico controla os braços robóticos por meio de um
console --ele faz movimentos nos dedais e é imitado pelo equipamento
dentro do paciente. Para se guiar pelo corpo, o cirurgião usa uma câmera
com capacidade de ampliar em até dez vezes a imagem do organismo. O
profissional tem acesso a essas imagens por meio de um visor.
Para evitar panes durante os procedimentos, o robô tem sistemas de
segurança. Ele não realiza nenhuma ação se o médico não estiver com a
cabeça fixa do visor. E sua base não se mexe enquanto os braços
estiverem inseridas no paciente. O equipamento também não toma qualquer
atitude sozinho --apenas reage aos comandos do cirurgião.
De acordo com o Sírio Libanês, que investiu quase R$ 5 milhões no
projeto, com o Da Vinci é possível fazer cortes menores que 1 cm na pele
do paciente, o que diminui os sangramentos e o tempo de recuperação, em
relação às operações convencionais.
Precisão cirúrgica
Como o robô é mais preciso nos movimentos, filtrando inclusive o tremor
das mãos do médico, há a expectativa de que o aparelho também diminua
efeitos colaterais de certas operações.
No caso da cirurgia de próstata, os médicos querem reduzir os índices de
impotência sexual e incontinência urinária que podem ser causados pela
operação.
Reprodução |
Braços do robô durante cirurgia; com movimentos mais precisos, equipamento pode diminuir efeitos colaterais da operação |
O Da Vinci é uma evolução de um outro tipo procedimento pouco invasivo, a
videolaparoscopia: método que consiste na inserção, por meio de
pequenos orifícios no abdômen, de uma pequena câmera e tubos equipados
com instrumentos utilizados para retirar o tecido com problemas.
Segundo os médicos do hospital, a principal diferença está na qualidade
da imagem a que o profissional tem acesso e ao tipo de movimento que as
hastes do novo equipamento podem fazer.
Durante uma laparoscopia, o cirurgião olha uma tela com imagens de duas
dimensões, geradas por uma câmera manejada por um assistente (não
automatizada).
Reprodução |
Para evitar panes, equipamento tem sistemas de segurança; se médico tirar cabeça do visor, aparelho não funciona |
O Sírio Libanês reconhece que, para o paciente, a diferença é pouca
entre os dois procedimentos com o uso de vídeo, com resultados de
cirurgia bastante similares.
A maior diferença seria para os médicos. Isso porque é mais fácil
manejar o Da Vinci, o que pode fazer com que mais pessoas possam dominar
essa técnica.
Com isso, o hospital espera popularizar as cirurgias com essa
tecnologia. Em até um mês, uma segunda unidade do Da Vinci deve chegar
ao hospital, para ser utilizado em programas de treinamento.
O hospital informa que ainda não foram feitos os cálculos a respeito dos
valores das cirurgias com o equipamento. Há a expectativa de que o
valor não seja muito mais alto que as laparoscopias, que custam em média
de 15% a 20% mais que os procedimentos convencionais.
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